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Da sova à queima

  • Foto do escritor: Mariana Bernardes
    Mariana Bernardes
  • há 4 dias
  • 2 min de leitura

A cerâmica e o processo terapêutico


Sova
Sova

O trabalho terapêutico se assemelha ao início de uma peça de cerâmica: começa-se sem saber exatamente onde se vai chegar. Certamente há algo que dá materialidade ao desejo de fazer algo com aquele bloco de barro — talvez sentimentos incômodos que alfinetam o coração; talvez uma encruzilhada difícil ou uma escolha a ser feita; talvez uma perda ou ausência irreparável. Porém, mesmo com razões infinitas para se começar, há uma pergunta inquieta: mas o que, afinal, espero encontrar?


Alguns hesitam por receio de não saber por onde começar a falar. Há dores tão intensas que parecem mais seguras quando silenciadas, ocultas em algum canto esquecido, parcialmente ignoradas. Mas escapa a essas pessoas que o que é calado nunca desaparece por completo, e retorna… e ressurge às vezes transmutado ao ponto de ser quase irreconhecível. Talvez seja preciso ao menos tentar falar. Dar voz àquilo que insiste é abrir espaço para o inominável encontrar forma, contorno, direção.


Torno
Torno

Outros temem não o que será dito, mas o que se apresentará depois disso. Há um momento em que se depara com a responsabilidade de dar forma à própria narrativa. É quando se vislumbra o que fazer com o barro... mas hesita-se em colocar a mão, sujar-se de realidade, frustrar-se com um resultado muitas vezes distinto do idealizado. Porém, não há vaso, nem prato, nem escultura sem esse gesto inicial.


Bom, se questionarmos a um ceramista sobre a facilidade de construir uma peça de cerâmica, provavelmente teremos um sorriso acompanhado de uma resposta negativa. Inicia-se com a sova, que exige um esforço braçal. Depois, a modelagem, o tempo. A queima, por fim, revela as marcas do processo: fissuras, cores, texturas. Há detalhes que passam despercebidos, há quedas inesperadas que espatifam o trabalho desenvolvido até ali. Mas sem esse labor, talvez caia-se em um simplismo, na pressa e na ilusão de que há um mesmo lugar a se chegar.


A psicoterapia, ancorada pela psicanálise, é esse ateliê simbólico. Um espaço onde você pode se haver com suas questões mais íntimas, com tempo e escuta. Estarei ao seu lado, para que possamos, juntos, possamos encarar a dureza e a beleza de se produzir algo a partir de si mesmo. Algo que seja, ao mesmo tempo, recurso e expressão. Terra e arte.



Se você sente que é hora de começar, agende sua sessão comigo. 

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Sobre a autora

Olá! Meu nome é Mariana e sou psicóloga clínica. Trabalho a partir da abordagem psicanalítica e considero a arte e a cultura como grande aliados do trabalho terapêutico. 

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